Trabalhadoras e trabalhadores da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) prometem iniciar, nesta terça-feira (17), uma greve de âmbito nacional. De acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (Fentect), a decisão pela paralisação foi tomada em plenária nacional realizada na última quarta-feira (11) e durante todo o dia os sindicatos estaduais realizarão assembleias para a deflagração da greve. A proposta é que a mobilização se some à greve nacional dos servidores públicos contra a Reforma Administrativa do governo Bolsonaro, prevista para amanhã (18).
No início do mês, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei (PL) 591/2021, que autoriza a exploração pela iniciativa privada de todos os serviços postais no país e estabelece condições para a privatização dos Correios. Após passar pela Câmara, o projeto segue para análise do Senado.
Além de alertar sobre os riscos da privatização da empresa pública, a greve também tem como objetivos debater o andamento da campanha salarial 2021/2022. Segundo a Fentect, dos 79 benefícios previstos no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) firmado em 2019 com o Tribunal Superior do Trabalho (TST), 50 foram retirados pelo órgão após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspender o acordo no ano passado.
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Os Correios contam, hoje, com mais de 90 mil trabalhadores distribuídos pelo país. Além da eficiência, a empresa é reconhecida pelo enraizamento nas pequenas cidades, garantindo serviços de entrega que vão desde remédios à urnas eleitorais.
Em nota, a Fentect convocou os trabalhadores a lutar contra “a política entreguista” do atual governo. “A nossa categoria precisa estar unificada para demostrar a nossa força diante de todos os ataques. Somente com luta vamos impedir a privatização dos Correios e a manutenção dos nossos empregos”, destaca a Federação.