A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e o Observatório Social da Petrobras (OSP) venderão botijões de gás de cozinha a R$ 73 na próxima quinta-feira (14) em cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Alagoas e Amazonas.
A ação, batizada de “Dia Nacional do Gás a Preço sem PPI”, faz parte da campanha “Petrobras para os brasileiros”, e tem como objetivo chamar a atenção da população para o PPI (Preço de Paridade de Importação), a política definida pelo governo federal para a Petrobras calcular o valor dos combustíveis no Brasil.
Conforme explicam os organizadores da ação, a política do PPI estabelece que os preços nas refinarias da estatal devem ser alinhados com os do mercado internacional, levando em conta a variação cambial, o valor do barril do petróleo e custos de importação, como o preço do frete para o Brasil, o seguro da carga e até o Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM), tributo cobrado sobre a navegação.
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Para o secretário geral da FNP, Adaedson Costa, a adoção de tal política pelo governo representa uma “contradição absurda”:
“Por causa do PPI, os combustíveis são vendidos no Brasil como se fossem produto importado. E isso é uma contradição absurda, já que produzimos cerca de 80% de todo combustível consumido em nosso país e importamos apenas 20%”, declarou o secretário geral.
Preço justo
O valor de R$ 73 do botijão de gás foi definido pelo Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), baseado em uma análise da estrutura real de custos da Petrobras, sem o PPI, e mantendo o lucro dos distribuidores, revendedores e da estatal.
Os organizadores do “Dia Nacional do Gás a Preço sem PPI” destacam que o preço chega a ser 51% menor que o preço máximo praticado no mercado brasilerio. De acordo com o último levantamento divulgado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em alguns municípios de Santa Catarina, Mato Grosso, Rondônia e Pará, o botijão de 13 quilos de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) chegou a ser vendido a R$ 150 na semana de três a nove de abril.
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Neste sentido, o Observatório Social da Petrobras destaca que só os gastos com gás de cozinha têm comprometido cerca de 22% do orçamento destinado aos serviços básicos das famílias brasileiras mais pobres. Um cenário que, segundo o Observatório, poderia ser evitado caso houvesse vontade política por parte do governo federal.
“O preço sem PPI é necessário e possível de ser praticado. A atual estrutura de custos da Petrobras permite cobrar valores bem mais em conta para os brasileiros. O pré-sal nos deu grande quantidade de insumos a baixos custos, que podem ser transformados em combustível e GLP, graças ao nosso grande parque de refino”, esclarece o economista Eric Gil Dantas, do OSP e do Ibeps.
Solidariedade
De acordo com os organizadores da ação, serão comercializados, ao todo, 850 botijões mais baratos para famílias carentes das cidades paulistas de São José dos Campos, Cubatão e São Sebastião, no Rio de Janeiro (RJ), em Maceió (AL) e Manaus (AM).
As pessoas interessadas em comprar o gás mais barato devem comparecer aos pontos de venda da ação para adquirir os cupons. Cada cupom dá direito a comprar uma unidade. Para a retirada do botijão cheio será necessário entregar outro recipiente vazio.
Durante a ação solidária também haverá bate-papo com os moradores e distribuição de materiais impressos com explicações sobre o preço do gás de cozinha sem PPI. Segundo a FNP e o OSP, só em 2022 o preço do GLP teve aumento de 11%, o que equivale a R$ 11,26.
Confira os pontos de venda na página da FNP.
Edição: Jaqueline Deister