Redação
O principal suspeito de ser o mandante do assassinato de Bruno Pereira e Dom Philipps pode deixar a prisão ainda em outubro.
Na última quinta-feira (6), a Justiça Federal do Amazonas concedeu liberdade provisória a Rubens Villar Coelho, conhecido como “Colômbia”. A decisão se refere ao processo em que “Colômbia” é acusado pelo crime de uso de documento falso.
Leia mais: PF encontra “remanescentes humanos” no local de buscas por Dom Philips e Bruno Pereira
Mesmo com a decisão, o suspeito segue preso por ser acusado por outro crime: o de associação criminosa por pesca ilegal. No entanto, a defesa de “Colômbia” já afirmou à imprensa que tentará reverter mais essa prisão em uma audiência que deve ser realizada no dia 24 de outubro.
De acordo com informações do Brasil de Fato, a possibilidade de que o suposto mandante dos assassinatos de Bruno e Dom saia da cadeia deixou em alerta indígenas, indigenistas e servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai) que temem pela vida e preveem o aumento da violência na região.
Histórico
“Colômbia” foi preso por falsificação de documentos no dia 7 de julho, quando se apresentou voluntariamente na Polícia Federal de Tabatinga, na região do Alto Solimões, na Amazônia. Na ocasião, ele portava documentos de nacionalidade brasileira, peruana e colombiana com identificações por nomes e sobrenomes diferentes.


Um mês depois, no dia 6 de agosto, “Colômbia” voltou a ser alvo de investigações da PF, desta vez pelo crime de associação criminosa. Segundo a PF, existem “fortes indícios” de que o comerciante seria o líder financiador de uma associação criminosa dedicada à prática de pesca ilegal na Terra Indígena (TI) do Vale do Javari. Os investigadores apontam que “Colômbia” seria responsável por financiar incursões no interior do território e comercializar os recursos saqueados em países vizinhos.
Ligações
Ainda de acordo com a PF, Amarildo da Costa de Oliveira, o “Pelado”, que já estava preso desde junho acusado de ser o autor dos tiros que mataram Bruno Pereira e Dom Philipps, é outro que responde ao processo por associação criminosa junto com “Colômbia”.
Leia mais: Greve: Servidores da Funai protestam contra “política anti-indígena” do Governo Federal
A polícia suspeita que “Colômbia” tenha encomendado a morte de Bruno Pereira por conta dos prejuízos que o indigenista vinha causando à pesca ilegal na região. Reconhecido pelo trabalho junto à União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Pereira coletava informações sobre a ação de invasores na Terra Indígena e as repassava a autoridades federais.
Segundo apuração do Amazônia Real, outras cinco pessoas foram detidas em agosto por associação criminosa. Todas parentes de “Pelado”. Entre elas, seu filho, Amarílio de Freitas Oliveira (conhecido como “Dedei”), seu cunhado, Laurindo Alves (conhecido como “Caboclo”) e seu irmão, Eliclei Costa de Oliveira, conhecido como “Sirinha”.
Pelo crime de homicídio de Bruno e Dom, também estão presos Oseney da Costa Oliveira, o “Dos Santos”, irmão de Amarildo e Jefferson da Silva Lima, conhecido na região como “Pelado da Dinha”.
* Com informações do Brasil de Fato e do Amazônia Real