O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), reagiu na manhã desta quarta-feira (30) às acusações do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de que teria vazado para a TV Globo informações sigilosas da Polícia Civil do estado sobre a investigação da morte da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes. Segundo Witzel, Bolsonaro não está “no seu estado normal”.
“Jamais vazei informação como magistrado ou como governador. Lamento que o presidente tenha, talvez num momento de descontrole emocional, em que está numa viagem, não está, talvez, no seu estado normal, tenha feito acusações contra a minha atividade como governador. Não manipulo o Ministério Público nem a Polícia Civil, isso é absolutamente inadequado, contrário às instituições democráticas”, afirmou Witzel.
Mais cedo, Jair Bolsonaro, que está em viagem oficial pela Arábia Saudita, afirmou a jornalistas que o próprio Witzel disse a ele, no início de outubro, que as investigações e o processo sobre a morte de Marielle estavam no Supremo Tribunal Federal (STF), sinalizando que o crime envolve políticos com foro privilegiado.
“No dia 9 de outubro, às 21h, eu estava no Clube Naval no Rio de Janeiro. Chegou o governador Witzel e falou o seguinte: ‘o processo está no Supremo’. Eu falei: ‘que processo?’ ‘O processo da Marielle.’ ‘Que que eu tenho a ver com a Marielle?’ ‘O porteiro citou teu nome.’ Quer dizer: Witzel sabia do processo que estava em segredo de Justiça”, disse Bolsonaro.
Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (30), o presidente do Psol, Juliano Medeiros, também falou sobre o vazamento. “Está circulando desde ontem a informação de que o governo do Rio de Janeiro vazou as informações. É isso que ouvimos também, e é isso que chegou para o Psol”.
Em nota, a Polícia Civil disse que a instituição pertence ao estado, e não a um governo, e que Witzel jamais interferiu ou teve acesso a informações sigilosas da investigação. “A Polícia Civil reafirma que a investigação desse caso é conduzida com sigilo, isenção e rigor técnico pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), sempre em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro”. (pulsar/brasil de fato)